Yabás – Grandes Rainhas Afro-brasileiras

A GRES Bangay traz para avenida neste ano uma homenagem as Yabás, as orixás
femininas das religiões afro-brasileira. Contribuindo no combate a intolerância religiosa que tem
se intensificado no país contra as religiões de matriz africana.

Nossa homenagem começa com uma grande saudação pelos Iaós, as estas mulheres
guerreiras na entrada dos Portões das Nações de Ketu e Yorubá com o guardião EXU e seus
sacerdotes abrindo os caminhos para o nosso desfile.

Passando pelos sacerdotes, há uma enorme arvoré: o Baoba que personifica o espirito
africano é considerado a árvore da vida, representa ainda a ancestralidade, a origem e a
resistência, onde está também ÓSSOIN protetor das FOLHAS SAGRADAS.

Uma grande força toma de súbito os Iaós; são as YAMÍS uma das mais importantes e
perigosas Divindades do Candomblé, a grande mãe ancestral Ìyàmì. Essas grandes senhoras são,
sem dúvidas, o maior símbolo do PODER FEMININO.

Toda esta força e cultura veio para o Brasil com a diáspora africana que ocorreu em
decorrência da escravidão. As senzalas eram compostas por africanas e africanos de diversas regiões, o
que fomentou uma miscigenação de valores culturais, que deram origem ao nosso Candomblé.
Como é tamanha a força destas orixás, são escolhidas algumas pessoas que têm a
responsabilidade de cuidar delas, as “EKEJÍS”, que toma conta, que dirige, que toma direção de tudo.
Cada uma tem o seu lugar específico. Tem as que cuidam da cozinha que na tradição africana é um
espaço de muito poder, é sagrada e é onde são preparadas as OFERENDAS. É tão importante na cultura
africana, que hoje aqui no Rio de Janeiro, no Bairro de Osvaldo Cruz existe a (FEIRA DAS YABAS),
local destinado a cozinha afro-brasileira em homenagem a estas Grandes Mães..

No preparo destes rituais e oferendas, também são usados elementos da natureza como
FOGO, AGUA, TERRA E AR, conectando assim cada um de nós a esta força, que nos cuida e
nos alimenta. Há também os patuás que são objetos consagrados que traz em si o axé, a força
mágica do Orixá, a quem ele é consagrado.

Nos terreiros os ATABAQUES, que são os principais instrumentos usados em todos
rituais, tem um alto poder mágico e ao tocá-los expressam a consagração espiritual. Eles ligam
os iniciados às divindades, o profano ao sagrado. Como se em uma voz múltipla, o ritmo vital da
alma estivesse reunido nos momentos do toque.

São as Yabás que fortalecem a formação das subjetividades das mulheres em suas mais
diferentes vozes, representando o arquétipo feminino e inspirando a luta das suas filhas na
dimensão terrena, cada Yabá representa uma das faces da resistência da mulher, principalmente a
negra, contra a opressão, a escravidão, o machismo e a violência!
Nanã, Senhora da Sabedoria e dos Pântanos Trazei-nos a renovação do espírito.
Nanã nos apresenta o arquétipo da anciã, da mãe primordial, resgatando a memória mais
ancestral. Domina as águas paradas, pântanos e terras úmidas. É ao mesmo tempo doce e
intransigente, carismática e cheia de manias, mas sempre com a palavra certa em todo e qualquer
momento. Com sua serenidade e austeridade, Nanã inspira respeito.
Ewá, Senhora da Vidência – Ri Rô Ewá! (Doce, branda Ewá!)
Ewá significa “mãezinha do caráter” e ela rege os nevoeiros e as neblinas. Também conhecida
como Yewá, é a Orixá do sexto sentido. Rainha do céu e do cosmo, ela domina o lugar que a
humanidade não alcança e possui o poder da vidência. É a orixá das possibilidades e do
mimetismo
Oya ou Iansã, Senhora dos Ventos, Raios e Tempestades – Trazei-nos a limpeza da alma
Iansã é uma aliada aos que se sentem perdidos ou estão buscando alguma direção. É Iansã quem
controla os ventos e tempestades e também conduz os espíritos desencarnados. Iansã aponta os
caminhos. Amam festejar e não gostam de rotina. Esposa de Ogum, largou-o quando se deixou
fascinar pelo magnetismo de Xangô. Iansã permanecia ao lado de Xangô não só no dia-a-dia
cotidiano, mas também nas guerras, nas caçadas e qualquer outra situação.
Oxum, Senhora dos Rios e Cachoeiras ,Trazei-nos o amor divino.
Oxum é a rainha das águas doces e senhora da beleza. É uma orixá associada à riqueza espiritual
e material. É Oxum quem surge para manter o equilíbrio das emoções. Também é considerada a
Orixá do amor, o que faz com que seja muito requisitada para assuntos de relacionamentos. Tem
um aspecto maternal. Seu amor puro e incondicional lhe confere o título de “Orixá do Amor
Divino”, tudo em nome da harmonia que essa Orixá tanto preza.
Obá, a Guerreira Mulher – Eu saúdo o seu conhecimento, Senhora da Terra

Com espada, Obá está sempre pronta para lutar. Obá é uma orixá que representa força, ousadia e
sabedoria. Ela não se curva e luta contra toda forma de machismo. É uma orixá que briga pelos
direitos das mulheres.
Iemanjá, Senhora do mar – trazei-nos a fartura espiritual.
Ela é o próprio arquétipo da maternidade e protege todos os seus filhos. É mãe de Exu, Ogum,
Oxóssi, Xangô e tantos outros Orixás. Sua fertilidade está nas coisas que produzimos em nossas
vidas. É Iemanjá quem estimula a criatividade e a geração da vida. No Brasil, a orixá goza de
grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras, no dia 2 de fevereiro,
ocorre todos dos anos a festa em homenagem à “Rainha do Mar”.
Nosso tributo as Yabás, não estaria completo se não falássemos do Pai de todos os
homens e mulheres, criador da humanidade, Oxalá, o Pai de todos. Ele é regente do Trono da Fé,
da Esperança e a Confiança em Deus. Oxalá é o primeiro filho de Olorum, É o Deus Pai Criador
reconhecido e louvado como Único e Soberano..
E assim terminamos nossa singela mui respeitosa homenagem a todas as nossas Mães
Espirituais.
Que todas as Yabás, Nanã, Iemanjá, Obá, Iansã, Oxum e Ewá, possam continuar a
iluminar nossos caminhos. Que a magia das Yabás nos protejam e fortaleçam na caminhada pela
perpetuação dessa tradição, e que todas as ancestrais possam inspirar-nos nesta trajetória de
guerreiras, mães e grandes protagonistas da história do povo negro nesse país.
A Benção todas as nossas Mães! Salve todas as Yabás!

Presidente: Renato Álvaro
Carnavalesca Sandra Andrea
Projeto de Carnaval: Saulo, Edmo e Diego.